Supplementi

Loirinha pra cá, Loirinha pra lá – La bella biondina

DA «AS FORÇAS DESARMADAS», Rio de Janeiro, Anima, 1983

LOIRINHA PRA CÁ, LOIRINHA PRA LÁ

– Sabe aquela primeira vez que eu te encontrei, aqui no Baixo Leblon? Você ainda estava casado com aquela gordinha, lembra? Bem, naquela noite eu já tinha trepado com três caras antes de te encontrar… Depois, sentei na sua mesa, bebi uma garrafa de vinho com vocês dois, levantei dalí e fui trepar com um outro conhecido meu…

– Acho isso uma grande merda. Coisa infantil, ir pra cama com quatro carinhas que não estão nem aí pra você. Garanto que hoje nem se lembram mais do seu nome…

– E daí? Eu não sou um nome… Eu estava muito carente, sabe… Se você tivesse me convidado pra cama, eu tinha ido na hora. Mas você estava acompanhado da “distinta esposa”…

– Você está esperando que eu te dê os parabéns? É alguma maratona sexual, ou você está querendo montar um banco de esperma ambulante?

– Ficou irritado, meu anjo?

– Claro. Não foi pra isso que você contou esta história, afinal? Eu posso até imaginar as figuras com quem você transou, bem tipo “estudante-de-administração-que-vai-à-discoteque-no-fim-de-semana”…

– Exatamente…

– Pois é… Eles têm tanta cabeça que, sem se falarem uns com os outros, devem ter levado você, os quatro, para o mesmo hotel na Avenida Niemeyer.

– Dois deles tinham apartamento…

–Às vezes eu acho você “careta”, tá sabendo? Uma pessoa rasa, sem conteúdo nenhum. Sem densidade…

– Eu estava me sentindo muito necessitada naquela noite, e como você não me ajudou…

– Ôca… Você é ôca…

– Ficou zangado com a história?

– Porra!

– Escute um instante: O garçom está plantado aqui, esperando pra saber se vai outro vinho ou se pedimos a conta.

– Você é quem sabe. Pra mim tanto faz.

– Outra garrafa… Garçom, Chateau Chandon, branco, por favor.

– Por quê você faz isso comigo?

– Ué, o que é que tem? Você não vive me contando as “gracinhas” das suas ex-mulheres? Por quê eu não posso fazer isso um pouquinho?

– Nunca falei de quatro de uma vez…

– É apenas quantidade, meu amor. Números…

– Contabilidade sexual…

– Só isso… Sabe, eu quero você. Quero passar um fim de semana inteirinho com você.

– Hum… Esse agora acho que não vai dar… Vou ver um que dê pra reservar.

– Reservar?… Mas que negligência… Tá legal… Você não quer, não é? Pois um dia você vai querer e não vai ter. Ouve só. Quando eu estiver carente e você não me atender, vou sair por aí trepando com todo mundo, igual eu fiz naquela noite. E vou trepar gostando, com todos. e vou dar um jeito de você ficar sabendo.

– Calma… Calma…

– Vamos encerrar esse papo ou eu vou embora.

– Calma, Soraia… Afinal, a chantagem está partindo de você. O assunto verdadeiro nem é esse. Acho que por trás de tudo, você está querendo um marido… Querendo ser assumida por um macho pagador, um esposo à moda antiga…

– Eu? Cretino! Calhorda! Não existe uma mulher mais assumida do que eu! Crio meus dois filhos com o dinheiro que eu ganho no meu trabalho. O pai deles não dá nada. Nunca deu… O dentista da menina disse que ela vai ter que colocar aparelho nos dentes, antes de completar doze anos. Sabe quanto custa isso? Uma fortuna… Que eu faço questão de pagar. Nem que eu tenha que vender o carro, pra ver a minha filha cada vez mais linda, com o sorriso mais caro deste Rio de Janeiro.

– De um tempo para cá, você vem se realizando na sua filha, não é?

– Por quê a pergunta? Você me acha decadente?

– Não. Eu te acho linda. Mas eu não te conheci antes, recém-saída dos grilhões da virgindade…

– Babaca… Pois eu sou linda mesmo. Já percebeu como todos os homens aqui me olham? Claro que já… Você não é cego… Sabe que me convidaram pra gravar um vídeo-tape… É um projeto de um pessoal daqui do Baixo mesmo…

– Tipo underground, comunista, alternativo ou marginal?

– Uh, difícil de dizer, né? Essas coisas sem pé nem cabeça… Acho que é meio marginal. São umas frases lá, que eu tenho que falar no vídeo. Não fazem sentido nenhum, pelo menos pra mim…

– Então por que você vai fazer essa bobagem desse vídeo?

– Pra mostrar que eu sou telegênica, ora… É incrível! Eu não sou nada fotogênica. Fico péssima… Eles põem aquelas lentes enormes quase encostadas no nariz da gente, e só sai cicatrizes, poros abertos, rugas, um horror… Mas na TV, eu ganho uma tal magia, uma aura, que fico fascínio puro…

– Você, quando resolve se produzir com carinho, cremes e modelitos em cima, fica uma panterinha…

– Mas o duro da vida de “musa da meia-noite” é isso aí: Acordou de manhã, já tem que pintar uma preduçãozinha qualquer, senão o espelho vira inimigo, devolve a máscara da ressaca, vira uma projeção do mundo-cão nosso de cada dia… Aliás, eu já não sei mais o que eu faço com o meu cabelo. Está sem vida, abrindo as pontas, parece palha seca. Fui querer alimentar durante anos a imagem pública de “loirinha pra cá, loirinha pra lá”, e tome tintura… Acabei destruindo o meu pobre cabelinho furta-cor…

– Narcisismo também é martírio…

– Pois é, beleza física também é produção… Deviam lançar uma campanha assim, não acha?

– Custa uma carga horária enorme, todos os dias, matéria-prima não renovável, custos operacionais e capital de risco…

– É mesmo… É uma produção que deveria ser mais respeitada… Ouví contar de uma moça polonesa que queria posar nua pra uma dessas revistas. Dizem que ela tinha um corpo lindo assim, altos peitos, altas bundas. Pois o governo lá não deixou. Ela batia o pezinho, dizendo que o corpo era patrimônio dela, e que ela queria ter a liberdade de usufruir dele como bem entendesse… Pois não deixaram a pobrezinha posar nua. Transferiram a polonesa para uma fábrica de pregos, onde ela vive a criar calos até hoje, com seu corpinho maravilhoso escondido dentro de um macacão de brim cinza-escuro. Eu, hein… Se fosse comigo, tinha cortado os pulsos na porta da fabrica…

– O garçom esqueceu de trazer o nosso vinho.

– Parecia tão ansioso…

– Pois é… Mas deve ter cochilado… Se demorar mais cinco minutos, vou pedir a conta.

– Dorme lá em casa hoje…

– De novo?

– O que é que tem? Ainda guardei um resto daquele fuminho bom lá pra gente. Amanhã, nós vamos direto pra praia, e ficamos lá até anoitecer… Não é disso que você gosta, amor?

– Não vai dar pra ficar até de noite. Amanhã eu preciso trabalhar.

– Trabalhar?…

– Quer dizer, preciso conversar com o meu despachante sobre a renovação da licença do carro, e também consertar os meus óculos que eu joguei na rede e acabei sentando em cima.

– Ficou ceguinho?…

– Não, fiquei surdinho… Agora vamos, tá? Estou com o saco cheio de esperar o “néctar dos deuses”, que o garçom deve ter achado indevido para um simples e devasso mortal… Me diga, os seus filhos vão dormir lá hoje também?

– Hoje não. A avó foi buscar. Você viu a minha filha de manhã? Fingiu que estava dormindo, mas eu sei que você viu. Que foi que você achou dela?

– Linda. Lindíssima. Uma perfeição.

– Fala mais…

– Uma futura panterinha, como você. Um tesão.

– Pois é. Sabe que outro dia eu peguei ela dando um beijo na boca de um amante meu…

– Já? Com onze anos?

– Ela se apaixona por todos os meus homens, sabia?

– Sorte deles…

– Tenho certeza de que logo vai acontecer de eu e ela transarmos com o mesmo cara.

– E você? Vai ficar grilada? Com ciúmes?

– Quem, eu? Nunca! Acho que será uma experiência incrível. A minha cabeça e a dela são ótimas nesse ponto. É uma relação meio mágica, meio telepática, sabe?

– Isso é muito bonito, Soraia.

– Pois é… E quem sabe o nosso homem não será você?

– Eu?…

– É… Por quê não? É só você esperar ela crescer mais um bocadinho…

– Claro. Claro. seria uma experiência absolutamente fantástica, para todos nós… Numa boa…

– Então… Vamos pedir um vinho em homenagem a isso?

– Será que desta vez ele traz?

– Vou fazer umas bruxarias pra ele assim: Plim-plim!

– Lá vem ele… Funciona mesmo, hein… Ei, Soraia, sabe o que eu estou pensando? Que nós podíamos passar este fim de semana todos juntos, na casa de Petrópolis. O que é que você acha?

– Uau! Acho ótimo, meu amor… Que idéia brilhante… Você é a estrela da noite!… Só que dessa vez não vai dar para as crianças irem, que eu já prometí o domingo delas pra avó. Mas nós dois vamos aprontar loucuras mil… Uau, aquele friozinho da serra, com vinhos e queijos, lareiras e cobertores de lã…

– Certo. Mas aí, no outro fim de semana, vamos subir todos juntos, não é?

– Meu diviníssimo amor, até lá tanta coisa pode acontecer…

LA BELLA BIONDINA

– Sai la prima volta che ci incontrammo, qui nel Baixo Leblon? Tu eri ancora sposato con quella grassottella, ti ricordi? Bene, io quella notte avevo già scopato con tre tipi prima di incontrarti… poi mi sono seduta alla vostra tavola, ho bevuto una bottiglia di vino insieme a voi due, mi sono alzata e più tardi ho scopato con un altro mio conoscente…

–  Trovo tutto questo una gran stronzata. Che comportamento infantile, andare a letto con quattro tipi che non ti considerano. Scommetto che oggi non si ricordano nemmeno il tuo nome…

–  E allora? Io non sono un nome… eppoi ne avevo bisogno, sai?… se tu mi avessi proposto di venire a letto con te, io avrei subito accettato. Ma tu eri accompagnato dalla tua “distinta consorte”…

–  Stai aspettando che ti faccia anche i complimenti? Si tratta di una maratona sessuale, o forse vuoi costituire una banca del seme itinerante?

– Ti stai arrabbiando, tesoro?

– Non è per questo che mi stai raccontando tutto ciò, infine? Riesco perfino ad immaginare i tipi con i quali hai scopato, del genere “studente-di-economia-che-va-in-discoteca-nel-fine-settimana”…

– Esattamente…

– Appunto… persone così originali che ti avranno certamente portato tutti e quattro, senza essersi accordati prima, allo stesso motel in via Niemayer.

– Due di loro avevano un appartamento…

– A volte penso che tu sia una “borghesuccia”, lo sai? Una persona piatta, senza nessun contenuto. Senza densità…

– Io ne avevo molto bisogno, quella notte, e siccome tu non mi hai aiutato…

– Vuota… tu sei vuota…

– Questa storia ti ha proprio irritato…

– Merda!

– Calmati un attimo: il ragazzo sta aspettando di sapere se ordiniamo dell’altro vino o chiediamo il conto.

– Decidi tu. Per me è lo stesso.

– Un’altra bottiglia… garçon, château Chandon, bianco, per favore.

– Perché mi fai queste cose?

– Ma cos’hai? Tu non passi il tempo a descrivermi le “grazie” delle tue ex-mogli? Perché io invece non posso farlo neanche un po’?

– Io non ne ho mai citato quattro in una volta sola…

– E’ solo una questione di quantità, amore mio. Numeri…

– Contabilità sessuale…

– Sì, solo questo… sai, io ti desidero veramente. Voglio passare tutto un fine settimana con te.

– Hmm… penso che adesso non sia possibile…occorreva prenotare…

– Prenotare?… ma che negligenza… va bene… tu non vuoi, vero? Ma un giorno tu lo vorrai e io non ci sarò. Senti: quando io avrò bisogno di te e tu non ci sarai, allora uscirò da qui e scoperò con i primi che passano, come ho fatto quella notte. E scoperò con gran piacere, con tutti. E farò in modo che tu lo sappia.

– Calmati… calma…

– Chiudiamo questo argomento, o me ne vado.

– Calma, Soraia… in fondo, sei stata tu a cominciare. Non è questo il punto. Ritengo che al di là di tutto, tu senta il bisogno di un marito… di essere sottomessa a un uomo che paga, un marito vecchio stampo…

– Io? Cretino! Idiota! Non esiste una donna più indipendente di me. Io cresco i miei figli con i soldi che guadagno con il mio lavoro. Il loro padre non mi dà nulla. Non ha mai dato niente… il dentista della bambina dice che avrà bisogno di un apparecchio per i denti, prima che compia dodici anni…sai quanto verrà a costare? Una fortuna… ma io non faccio questioni… non esiterei a vendere la macchina, per vedere mia figlia sempre più bella, perché abbia il sorriso più “caro” di tutta Rio de Janeiro…

– Da un po’ di tempo, mi sembra che tu ti realizzi in tua figlia, non è vero?

– Cosa significa questa domanda? Mi trovi in decadenza?

– Ti trovo bellissima. Solo che non ti ho conosciuto prima, appena uscita dai rossori della verginità…

– Stupido… io sono bella comunque. Non hai notato come mi guardano qui tutti gli uomini? Certo che l’hai notato… non sei cieco… sai che mi hanno offerto di girare un film… è un progetto di una troupe di qui, proprio del Baixo…

– Genere underground, comunista o alternativo?

– Uh, è difficile da definire, no? Una di quelle cose senza capo né coda… penso che sia abbastanza alternativo. Si tratta solo di poche frasi, che devo pronunciare di fronte alla cinepresa. Cose senza senso, almeno per me…

– E allora perché vuoi fare questa stronzata di film?

– Solo per dimostrare che sono telegenica…. è incredibile come io nelle fotografie venga malissimo… usano quelle lenti enormi, che quasi ti si appiccicano addosso, e si vedono solo le cicatrici, i brufoli, le rughe… che orrore… ma in TV acquisto una magia tale, un’aura, divento puro fascino…

– Quando decidi di truccarti con cura , riesci davvero a sembrare una pantera…

– Ma la cosa più dura della vita da “ninfa di mezzanotte” è quando ti risvegli, la mattina, e devi subito truccarti, in qualunque modo, se non vuoi che lo specchio diventi un nemico e ti rimandi indietro l’immagine del risveglio, diventi la proiezione del mondo cane di ogni giorno… e a proposito, io non so più cosa fare per i miei capelli. Sono senza vita, si spaccano in doppie punte, sembrano paglia secca. Per anni ho voluto alimentare l’immagine di “bella biondina” e dài con la tinta… ho finito per distruggere i miei poveri capelli naturali…

– Anche il narcisismo è una forma di martirio…

– Appunto…e la bellezza fisica è anche una forma di produzione… dovrebbero lanciare una campagna su questo…non trovi?

– Costa un lasso di tempo enorme, tutti i giorni, materia prima non rinnovabile, costi operazionali e capitale di rischio…

– Appunto… si tratta di un’attività che dovrebbe essere più rispettata…ho sentito parlare di una ragazza polacca che desiderava posare nuda per una di quelle riviste. Dicono che avesse un corpo così bello, un seno bellissimo, natiche meravigliose… ma il governo non lo permise. Lei provò a puntare i piedi, affermando che il corpo era una sua proprietà, che voleva avere la libertà di disporne come preferiva… ma non servì a niente. La poverina venne trasferita in una fabbrica di chiodi, dove tuttora si fa i calli alle dita, col suo meraviglioso corpicino nascosto dentro una tuta da lavoro color cenere. Ma… io, se era per me… mi sarei tagliata i polsi all’entrata della fabbrica…

– Il cameriere si è dimenticato di portare la nostra bottiglia…

– Sembrava così solerte…

– Deve essersi addormentato… se tarda ancora cinque minuti, vado a chiedere il conto.

– Vieni a dormire da me, stanotte…

– Anche oggi?

– Cosa ti prende? Mi è rimasto ancora un po’ di quel fumo che ti è tanto piaciuto. Domani ce ne andiamo subito sulla spiaggia e ci restiamo fino al tramonto. Non è quello che vuoi, amore?

– Non posso rimanere così a lungo. Domani devo lavorare.

– Lavorare?…

– Vale a dire, devo parlare con un impiegato per pagare il bollo della macchina e far aggiustare i miei occhiali, dopo che mi ci sono seduto sopra.

– Quindi ora sei diventato un po’ cieco?

– No, solo un po’ sordo… ora possiamo andare, no? Ne ho le palle piene di aspettare il “nettare degli dei”, che il cameriere certo giudica inadatto a un semplice libertino…ma dimmi, i tuoi figli dormono da te anche oggi?

– Oggi no. Sono andati dalla nonna. Hai visto mia figlia, stamattina? Fingevi di dormire, ma so che l’hai vista. Che cosa ne pensi?

– Bellissima. Perfetta.

– Dimmi qualcos’altro…

– Una futura panterina, come te. Una vera “lolita”.

– E’ vero. Sai che l’altro giorno l’ho colta mentre dava un bacio sulla bocca di uno dei miei amanti…

– Già? A undici anni?

– Si innamora di tutti i miei uomini, sai?

– Beati loro…

– Sono certa che presto io e lei avremo una relazione con lo stesso uomo.

– E tu? Ne sarai gelosa? Ti arrabbierai?

– Chi, io? Mai! Penso che sarà un’esperienza incredibile. La mia testa e la sua sono in armonia, sotto questo aspetto. E’ una relazione quasi magica, quasi telepatica, sai?

– Questo è molto bello, Soraia.

– Sì… e chissà che il nostro uomo non sia tu…

– Io?…

– Sì…perché no? Devi solo aspettare che lei cresca ancora un po’…

– Certo. Sarebbe un’esperienza assolutamente fantastica, per tutti noi…davvero…

– Allora… ordiniamo una bottiglia per festeggiare?

– Stavolta pensi che il cameriere ce la porterà?

– Gli farò un incantesimo: Plim-plim!

– Guarda, arriva… funziona davvero…Soraia, sai cosa sto pensando? Che potremo passare questo fine settimana insieme ai ragazzi, nella casa a Petropolis. Cosa ne pensi?

– Uau! Sarebbe magnifico, amore mio… che bella idea… sarebbe il massimo…solo che questa volta i ragazzi non possono venire, perché ho già promesso che domenica sarebbero andati dalla nonna. Ma noi due possiamo fare pazzie… il fresco della montagna, il vino e i formaggi, e il camino, e le coperte…

– Sicuro… ma nel prossimo fine settimana potremo partire tutti insieme, no?

– Amore mio, prima di allora possono succedere tante di quelle cose…

Traduzione di Antonello Piana

L'autore

Julio Monteiro Martins

Julio Monteiro Martins è nato nel 1955 a Niterói, Brasile. “Honorary Fellow in Writing” presso l’Università di Iowa, Stati Uniti, ha insegnato Scrittura Creativa al Goddard College, nel Vermont (1979-82), l’Oficina Literária Afrânio Coutinho, Rio de Janeiro (1982-91), l’Instituto Camões, Lisbona (1994), la Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1995), e tra il 1996 e il 2000 ha tenuto corsi in diverse città della Toscana. E’ stato uno dei fondatori del Partito Verde brasiliano e del movimento ambientalista “Os Verdes”. Avvocato dei diritti umani a Rio de Janeiro, è stato responsabile dell’incolumità dei meninos de rua. Nel paese d’origine ha pubblicato nove libri tra raccolte di racconti, romanzi e saggi, tra cui Torpalium (Ática, São Paulo 1977), Sabe quem dançou? (Codecri, Rio 1978), A oeste de nada (Civilização Brasileira, Rio 1981) e O espaço imaginário (Anima, Rio 1987). In Italia Il percorso dell’idea (petits poèmes en prose, con foto originali di Enzo Cei, Vivaldi & Baldecchi, Pontedera 1998), le raccolte di racconti Racconti italiani (Besa, Lecce 2000),La passione del vuoto (Besa, Lecce 2003), madrelingua (Besa, Lecce 2005),L’amore scritto (Besa, Lecce, 2008) e L’irruzione, racconto incluso nell’antologia Non siamo in vendita – Voci contro il regime (a cura di Stefania Scateni e Beppe Sebaste, prefazione di Furio Colombo, Arcana Libri / L’Unità, Roma 2002). Le sue poesie sono state pubblicate su varie riviste, fra cui il quadrimestrale di poesia internazionale “Pagine” e la rivista online “El Ghibli”, e nelle antologie i confini del verso. Poesia della migrazione in italiano (Firenze, Le Lettere 2006) e A New Map: the Poetry of Migrant Writers in Italy (Los Angeles, Green Integer 2006). È stato ideatore dell’evento “Scrivere Oltre le Mura”. Attualmente vive in Toscana dove, oltre a insegnare Lingua Portoghese e Traduzione Letteraria presso l’Università degli Studi di Pisa, dirige e insegna nel Laboratorio di Narrativa, che è parte del Master della Scuola Sagarana, a Lucca, ed è direttore della rivista letteraria on-line “Sagarana”. Nel 2011 è stata pubblicata la monografia sulla sua opera Un mare così ampio: I racconti-in-romanzo di Julio Monteiro Martins, di Rosanna Morace, per la Libertà edizioni, di Lucca. Nel dicembre 2013 è stata pubblicata la sua raccolta poetica “La grazia di casa mia” (Milano, Rediviva).